sexta-feira, novembro 03, 2006
noise e arte abstracta
Vou tentar estabelecer aqui um paralelo entre o noise e alguma arte abstracta. Em alguma pintura abstracta encontramos formas a-formais, é a minha maneira de exprimi-lo, isto é, quer dizer que o artista cria formas que não encontramos na natureza, assim como o artista noise trabalha com sons que não os sons naturais do seu instrumento. Ambos elevam a arte a um novo patamar, pois acrescentam verdadeira riqueza ao mundo da sensibilidade, verdadeira porque todos os outros artistas também acrescentam riqueza ao mundo da sensibilidade, embora trabalhem com o já dado, o pintor com o modelo, o guitarrista com a afinação normal em mi. Como espectador é bastante gratificante assistir a espectáculos desse género, uma emoção, dou o exemplo do óptimo concerto dos Pearl Jam. Mas é também gratificante explorar novas regiões do audível e o mesmo enquanto espectador. Hoje, a música (se é música), pode ser feita com sons de bidões percutidos, secadores de cabelos captados por microfones e manipulados com pedais de efeitos, som branco de televisão e tudo o mais que possamos imaginar. Parece-me isto ser um grande ganho, pois é todo um conjunto de possibilidades artísticas que se abre e que se abre também ao espectador. Por isso é um verdadeiro enriquecimento do mundo da sensibilidade, ou da noosfera.
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