terça-feira, janeiro 09, 2007

Designadores

De repente ocorreu-me: eu não acho que os nomes designem directamente, pois por exemplo na música "Hey, hey, my, my" Neil Young diz a frase "Is this the story of a Johnny Rotten" e não está claramente a referir-se a Johnny Rotten dos Sex Pistols, pois ainda não haviam Pistols nem Rotten aquando da escrita dessa canção. Se o nome designasse directamente, designaria todos os Johnny Rotten então existentes, o que é absurdo, pois sabemos bem que há pessoas com nomes iguais, por exemplo com o nome Paris, e por vezes só designamos uma delas (que é por exemplo nossa amiga). Se o nome designasse directamente, quando disséssemos Paris designaríamos todas as pessoas com o nome Paris, mais, designaríamos todos os ojectos existentes com o nome Paris, o que não é verdade. Por isso, os nomes não designam directamente, mas por meio de um mecanismo, que creio ser um mecanismo mental. Imagine-se que há um velho que mora numas montanhas inacessíveis, e que esse velho se chama Zaratustra, e que só uma pessoa existente o conhece. Quando essa pessoa morrer, deixa de poder designar-se esse velho quando se usa o nome Zaratustra. Por isso, há um mecanismo mental envolvido na referência através de nomes. Podemos até supor que há um mecanismo mental (o mesmo) envolvido na referência através de qualquer tipo de palavras.

2 comentários:

Bhixma disse...

E os nomes conceptuais de objectos naturais?

yoda disse...

O que são nomes conceptuais de objectos naturais? Objectos naturais são por exemplo pedras, leões, árvores... refere-se a estes nomes? Ou também a nomes como tempo, espaço, matéria, etc.?