domingo, janeiro 14, 2007
Universais
Se não existissem coisas brancas, não existiria a brancura. Esta é uma abstracção que fazemos a partir da semelhança de várias coisas brancas. Ela existe nestas, ela é a própria brancura, o próprio branco das coisas brancas, e não algo diferente que se lhes aplique. Quer dizer, o que existe são coisas brancas e a brancura é algo que nós abstraímos a partir das várias coisas brancas, é algo dependente dos nossos processos mentais, pois o que existe são coisas brancas e não a brancura em si.
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4 comentários:
Fica-me a dúvida do terceiro livro do Ulisses de Joyce: vais tirando predicado atrás de predicado e, depois, o que é que te fica? Um espaço-tempo? Mas isso é uma coisa? E o que é uma coisa?
Não sei. Mas se formos "tirando" propriedades fica algo mais comum, mais geral, um suporte de propriedades. Mas nós não as tiramos de facto, apenas as abstraímos... Isto é, a coisa sem as propriedades não existe... acho eu.
Era esse - penso - o raciocínio de Stephen Dedalus na praia do "Ulisses". Mas se assim parece que só ficamos com os "universais" ("a coisa...não existe"). A única solução é dizer que existe uma brancura singular, etc. Mas o que é que lhe dá singularidade?
O facto de ser branca e não de outra cor.
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