segunda-feira, dezembro 11, 2006

Tombar

As emoções são difíceis de verbalizar
e dolorosamente fáceis de sentir.
Hoje não sinto dor, pelo menos agora.
Quando não sinto dor tenho dor em escrever.
Sinto um vazio no meu âmago vazio.
A cada linha que passa torna-se cada vez mais caro escrever.
Tempo que passa e se perde para sempre.
Fulgor que se esgota.
Vidas que choram.
Pessoas emocionalmente desfeitas.
Dor.

Feridas abertas para sempre jorrando
sangue sem fim.
Copos vazios e bares enfumarados a fechar.
Pessoas que são passado, sem presente.
Todos os sítios vazios.
Uma única pessoa vagueia por aí olhando para trás.
Desaba tudo de uma vez num movimento belo,
dançado.
E tudo dança e todas as canções tocam de uma vez
e todas as lágrimas pendem perdidas numa mão sapiente
que as afaga na ternura dos traços marcados do tempo
e tudo se vê de uma vez, num ápice.

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