Estou a sentir-me a voltar à vida,
espero que isto não seja a ilusão
de um momento passageiro
e que seja algo mais longo,
tão longo
quanto a minha solidão.
Agora vejo a luz e sou luz,
espero ser sempre luz.
Quero ser luz para sempre,
quero estar sempre iluminado,
quero estar sempre ao contrário
de como tenho estado.
Tenho vivido no escuro,
literalmente e não literalmente,
tudo se tem esgotado em dor,
e só eu sei como tem doído.
Tenho vivido num sítio
onde não há luz,
enclausurei-me numa gruta funda e escura
e agora estou a sair.
Penso estar a sair,
espero estar a sair,
porque se não saio morro.
Estou a começar a conseguir ver
as coisas sob uma nova luz.
Espero conseguir sair da escuridão,
e espero nunca mais voltar à escuridão,
porque é horrível.
Primeiro parece que te enternece,
mas depois consome-te
e eu estava quase todo consumido,
até hoje.
Algo deu sinal: sobrevivência, acho eu.
Estou a erguer-me a partir da mais ínfima réstia de força,
que é a máxima força de um punho cerrado.
Do pequeno se faz grande.
Quero a luz.
domingo, dezembro 10, 2006
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