sexta-feira, agosto 31, 2007

Beleza

A beleza tem tristeza. Como se fosse algo de onde viemos, de que nos separámos ou de que somos diferentes, e que morreu ou que morreu em nós, permanecendo já só como ideia, invocada mas não realizada, inatingível, como recordação.

Talvez as emoções sejam mecanismos accionados quando somos incapazes de racionalizar um problema, que então tentamos entender representando-o simbolicamente, tentando agregar as suas diferentes componentes num símbolo constituído por partes ou símbolos, ou naquilo a que propriamente chamamos "ideia", não como em "tive uma ideia: vou comer um gelado", mas como em "a ideia da beleza", "a ideia da justiça", etc.

No caso da beleza, tendo em conta os diferentes componentes que acima identificámos, talvez se trate da procura de uma resposta para o porquê da finitude, da separação das coisas e do porquê de terem vindo a ser.

Seja como for, a beleza é difícil de ser racionalizada, explicada, decomposta em partes; de identificar a sua origem e o que dela vem.

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