segunda-feira, fevereiro 26, 2007
Continuação dos posts anteriores sobre o imaterialismo realista
A teoria que tem estado a ser apresentada pode ser chamada "imaterialismo". Não diz que não há matéria, mas diz que a matéria, para existir, depende da mente. Diz que os objectos materiais, fora da mente, são apenas conjuntos de dados prontos a serem interpretados por mentes. Deriva da ideia de que há propriedades nos objectos que são propriedades secundárias, isto é, que não estão no objecto mas na mente de quem percepciona. Daí parte para a ideia de que todas as propriedades são propriedades mentais e não do objecto. Daí, para a de que o objecto não existe independentemente da mente. Mas existe algo, pois todos percepcionamos o objecto. Então, parte para a ideia de que há um conjunto de dados informacionais prontos a serem recebidos pela mente e que constituem o que o objecto é independentemente da mente. Esta ideia da não-existência dos objectos independentemente da mente alarga-se à matéria, ao espaço, ao tempo, a tudo o que possa ser percepcionado ou sentido. Mas o primeiro raciocínio, que depois se desenrola em toda a teoria, é o de um contacto experiencial entre sujeito e objecto e a tomada de consciência de que há propriedades que não podem estar no objecto mas na mente de quem percepciona, propriedades como por exemplo a cor. Alarga-se a teoria e diz-se que o mundo da experiência - a realidade - é constituído por dados prontos a serem recebidos pela mente e que estes, em conjunção, dão origem ao mundo da experiência, tal como o conhecemos.
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