Há dias disse aqui no blogue que os significados são memórias. Por que o disse? Devido à seguinte observação: o meu cão sabe o significado da palavra "Rua". Como o sabe? Desde pequeno, sempre que vamos à rua, eu digo-lhe as palavras "Rua" ou "Vamos à rua" ou "Vamos", etc., e ele aprendeu a associar as palavras à rua ou ao ir à rua (como provavelmente o fazem milhões de outros cães).
Isso é notório porque sempre que as digo ele reage efusivamente, alegre, e vai comer rapidamente (coisa que faz sempre antes de sair) ou corre para junto do sítio onde guardo a trela dele.
A minha interpretação é que ele associa o som da palavra a uma memória, que é provavelmente memória de um referente.
Obviamente, ele não sabe usar a palavra "Rua", até porque não fala mas, no entanto, é capaz de me pedir para ir à rua, através de latidos. Portanto, sabe usar um equivalente da palavra "Rua" (ou pelo menos sabe um uso do equivalente dessa palavra).
A minha ideia é que são essas memórias de referentes que constituem os significados das palavras (pelo menos das que podem referir algo... supondo que há palavras que não podem referir, como "e", "ou", "então"... Ainda não tinha pensado neste senão...).
Uma observação não prova uma teoria, mas certamente refuta a teoria que a contradiz, isto é, um enunciado afirmativo universal (Todos os A são B) é refutado pelo seu contraditório, um enunciado negativo particular (Alguns A não são B), que é obtido, por generalização existencial, de uma observação. Por sua vez, podemos também universalizar o enunciado da observação, se acharmos que temos razões para isso, e esperar que uma outra observação o refute ou pensar numa que o faça.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário