terça-feira, setembro 11, 2007

Uma reflexão sobre a Natureza Humana

Este texto é a transcrição de uma reflexão que fiz, há uns dias, acerca dos nossos motivos para agir, o egoísmo, o altruísmo, a dignidade e natureza humanas. O motivo para a reflexão foi a minha reflexão acerca dos meus motivos para agir ou para certas acções. O texto é ingénuo e apresenta algures um argumento, embora contenha muitas frases que não contam para nada no argumento. Mantenho a transcrição fiel ao texto original. Aqui vai:

Por breves momentos tiramos a máscara
Ou vamos trocando de máscara
Até que temos de nos confrontar connosco
E às vezes não gostamos do que vemos
Ou não percebemos quem somos
Não sabemos qual o nosso lugar no mundo
E na sociedade
Custa-nos entender que somos banais
E às vezes não queremos vê-lo
E por isso vivemos uma mentira
Pensando ser quem não somos
Isso porque gostaríamos de ser lembrados
No futuro, pela Humanidade
Por termos feito uma coisa boa.

Não deixa de ser um estranho desejo
Pôr a memória que os outros têm da nossa vida
Acima da nossa vida.
Isso não mostra necessariamente que não somos egoístas
Pois não somos movidos pelo altruísmo de fazer o bem
Mas pelo egoísmo de querermos ser lembrados
Sendo o fazer o bem o meio para isso
O que até mostra que somos egoístas.

Pergunto-me se haverão actos verdadeiramente altruístas
E respondo que sim.
Alguém que salva outra pessoa apenas porque quer salvá-la.

É curioso que se formos egoístas
E pararmos para pensar
O nosso egoísmo acaba por bater-nos à porta para prestarmos contas
Isto é, sentimo-nos mal por sermos egoístas
Sentimos culpa.
Não sentimos culpa, provavelmente, por um incidente isolado de egoísmo
Por um dia termo-nos escolhido a nós próprios em vez de a um outro,
Depende. Depende do acto e depende da pessoa.
Mas temos o preconceito de que as boas pessoas não são egoístas
Que quanto melhor for a pessoa
Pior se sentirá com um acto egoísta.

Tão depressa chove como faz Sol.

Embora tenhamos momentos em que tiramos a máscara
Breves momentos de lúcido discernimento
Logo desaparecem e dão lugar, de novo, ao egoísmo do eu.
Porque talvez faça parte da nossa natureza
Virarmo-nos para o eu
E talvez também faça parte da nossa natureza
Virarmo-nos para o outro.
Uns mais para um lado, outros para o outro
E outros igualmente para ambos.
O equilíbrio seria perfeito.

Mas normalmente olhamos para o outro
Como sendo muito burro ou muito inteligente
E não com a dignidade que reservamos para nós.

Curiosamente, esse é um acto que nos tira dignidade
Porque quem olha para o outro como superior ou inferior
Olha-o como inferior
E se julga isso de si
Mas não consegue encontrar num outro que a tem
E nem sequer importar-se ou até esforçar-se por encontrá-la
Não lhe dá importância
Estando talvez prisioneiro das aparências
E se não lhe dá importância
Sendo precisamente a coisa mais importante que há numa pessoa
Ou não sabe o que é e não sabe se a tem
Ou não se interessa, caso em que não sabe o que é
Pois se soubesse o que é interessar-se-ia
E procuraria encontrá-la e tocá-la nos outros
Pois é isso o cerne da relação sincera
E portanto essa pessoa nem sabe o que é a dignidade humana
nem sabe se a tem.
Portanto ou se esqueceu e ela desapareceu
Por estar prisioneiro das aparências
Ou ela nunca se revelou nessa pessoa,
O que parece impossível
Pois parece mais sensato confiar em que já todas as pessoas adultas
Tiveram momentos de sinceridade.
E por isso dizemos que a pessoa se esqueceu
Da coisa mais importante que há
Por ter sido seduzida pelo poder das aparências
Que é um poder enganador
Pois desvia-nos do que é importante
E desumaniza-nos.

E como essa visão do outro é uma visão egoísta
Pois mostra que estamos mais preocupados connosco do que com o outro
Diria mesmo que não estamos preocupados com o outro
O egoísmo é desumanizante
E portanto menos próprio dos homens
Do que o altruísmo
Diria mesmo que um acidente
Provocado pelo poder enganador e sedutor das aparências.
Uma outra conclusão disto é que
O que é mais propriamente humano
Não é do domínio das aparências
E portanto não é do domínio daquilo a que em Religião
Se chama "Carne"
Pois o domínio é o mesmo
Mas do domínio do Espírito
Ou Mente.

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