sexta-feira, fevereiro 02, 2007
O que gosto de fazer
Sinceramente, estou um bocado baralhado e já não sei bem o que procuro. Procuro descrever a experiência que um dia tive quando estava numa praça cheia de gente, a intuição que aí tive. Tudo se movimentava no mundo aí fora e parece que cada coisa tinha um correlato na minha mente e que o todo aí fora tinha um correlato na minha mente. Era uma experiência de mim parado a observar múltiplos seres em movimento (e alguns parados - o chão, os prédios...). Procuro descrever a experiência que um dia tive num autocarro, meio vazio, ao lusco-fusco, em que parecia que estávamos todos naquele autocarro numa viagem eterna sempre em frente, sem destino definido. Mais uma vez, talvez seja a experiência do movimento. É difícil descrever, depois, o que se sentiu nesta ou naquela ocasião, mas é o que mais me interessa fazer, pois parecem-me ser algumas dessas as ocasiões de alguma lucidez e de pensamento interessante que podemos tirar da nossa própria experiência; parece-me que o mais interessante é tentarmos descrever (edit 1: e compreender) a nossa própria experiência, o que pode mostrar-se bastante difícil.
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