quarta-feira, fevereiro 07, 2007
Partículas últimas
Desde sempre o homem teve a curiosidade de tentar saber quais as partículas últimas do Universo, a matéria última de que tudo é constituído. Há por aí teorias muito extravagantes, e, não querendo deixar de ser extravagante (estou a brincar...), avanço com a minha própria teoria: as partículas últimas do Universo são emoções. Mas que razões tenho para dizer isto? Afinal tudo é feito de átomos, bosões, etc... aparentemente, sim. Mas se procurarmos no fundo do nosso baú, o que encontramos são significados que atribuímos às coisas, coisas que sentimos, objectos da consciência, realidade aparentemente imaterial. O que encontramos no fundo do baú é experiência. E a experiência é apenas a conjunção de um dado e de um recebido, de um dado por este mundo e de um recebido pelo sujeito da experiência. Em última instância, deixa de haver sujeito de experiência, para passar a existir apenas objecto de experiência, isto é, experiência pura. E o que encontramos em última instância não são átomos, mas experiência pura, subjectividade pura. Poderia dizer, para ficar mais pomposo, que os constituintes últimos do universo são átomos de experiência pura. Não átomos físicos, mas experienciais. Tudo isto implica uma consciência. Há coisas sem consciência. Essas coisas fazem parte do dado que é recebido. O que há em última instância são as impressões que essas coisas causam em nós e em cada sujeito de experiência (um morcego, por exemplo). E as impressões causam a vários níveis. Diria que num nível mais profundo encontramos a estrutura da realidade, pois caminhamos da experiência, da impressão, do objecto tal e tal, para a impressão pura, já desligada desse objecto, mas ligada apenas a um vazio de objecto, que pode ser preenchido. O que encontramos em última instância é o correlato quálico do mundo. E qualia são emoções, sensações, sentimentos, impressões. O mundo também é feito disto. Por isso, uma explicação puramente física do mundo é falsa ou incompleta. Nem sei se será a mais interessante. Penso que a explicação mais interessante do mundo será aquela que conseguir colocar no mundo, fora do homem, as impressões que por natureza parecem pertencer ao homem; uma explicação que parta do homem para o Cosmos. Mas é muito difícil e depende muito da capacidade de insight que o investigador consiga ter.
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