Saio de casa e caminho por entre os prédios
é noite
os carros vão passando por mim
e ninguém repara
caminho sozinho
com os meus pensamentos
à espera do amanhã
que nunca vem
as ruas estão vazias
iluminadas pelos candeeiros
há folhas de árvores no chão
e uma leve brisa
à falta de imaginação
contemplo o que aparece
e é escuro e cheio de sombras
que esguias tocam o meu corpo
há sons: das folhas, dos carros, do meu andar
o meu coração caminha sozinho
só eu estou sozinho
na minha caminhada
para lado nenhum
sem destino
limito-me a ir andando
a algum lado hei-de ir dar
passo nos cafés
e não conheço ninguém
peço uma cerveja
que bebo sozinho
enquanto imagino um mundo melhor
penso nos elementos naturais
de que aqui estou apartado
rodeia-me o cimento, a sujidade, o vómito
não ouço a música a tocar
e cheira a detergente
tudo é artificial
excepto as folhas caídas
no chão.
domingo, abril 22, 2007
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