sábado, abril 21, 2007

A noite do decano

Numa noite sem luar
é tudo escuridão
é escuro todo o ar
tudo petrificação
tudo está parado
tal é a rebelião
a foice e o arado
todo o esforço humano
para o dragão irado
é ele o decano
de tudo o que existe
do sano e do insano
e vivo persiste
sem ninguém saber
mais do que subsiste
congrega todo o poder
do mundo e do além
é tamanho o seu querer
que todo o querer contém
sem ser todo pensamento
pois este fica aquém
de tamanho portento
que subtil aparece
a quem tem talento
mas depressa adormece
sem sabermos no entanto
latente, não padece
nunca morre, portanto
dá-se como aparecido
a quem se esforça tanto
nunca como vencido
mas como quem ultrapassou
o mundo conhecido.

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