domingo, abril 22, 2007

Tédio

Estou cheio de tédio
fechado neste prédio
o tempo aqui não passa
a nada acho graça
ligo a televisão
uma jogada em vão
assomo-me à janela
nada vejo através dela
pego no telefone
mas ainda me consome
este não ter que fazer
nem sequer desejo ler
não me apetece nada
queria a tarde passada
se dela pudesse fugir
teria razão p'ra rir
nada se realiza
tempo, tempo que me pisa
sinto que é tudo tão fútil
mas lutar mostra-se inútil
tudo tão leviano
tarde que parece um ano
excepto o passar que é pesado
e nada me passa ao lado
atento a tantas ninharias
é o tédio destes dias
do qual queria escapar
mas não vejo volta a dar.

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