sábado, abril 28, 2007
Sem net
segunda-feira, abril 23, 2007
Pensamentos vários
estou aqui não vou embora
a pé pela noite dentro
num ritmo que aguento
a curtir até ao fim
a minha vida é mesmo assim
contemplando o luar
tenho muito para dar
ando a pé pela calçada
não tenho medo de nada
a meio da noite na avenida
é mesmo assim a minha vida
nesta noite de calor
não há espaço para a dor
e é tão bela a escuridão
o Universo, a vastidão
as estrelas vão aparecendo
através delas vamos sendo
melhores pessoas neste mundo
tocam-me mesmo cá no fundo
mas há muito a ser mudado
não podemos olhar para o lado
ainda há muito a fazer
não nos podemos esquecer
daqueles que vivem na rua
não só na minha nem só na tua
à chuva e ao calor todo o ano
sujos, cobertos com um pano
loucos, toxicodependentes
todo o tipo de doentes
sem razões para sorrir
mais têm para se deixarem ir
de quem temos de tomar conta
o tempo para aí aponta
mas hoje está uma noite bela
um céu pintado numa tela.
domingo, abril 22, 2007
Em busca do amor
assim é o meu mundo
sem prazeres nem alegrias
vão-se passando os dias
a vontade é quase nenhuma
e o futuro é bruma
não quero nada ir fazer
só desejo adormecer
cada palavra tua é vã
só sonho com o amanhã
sonhado mas não real
quero tudo ideal
sinto que estou a cair
e em nada a evoluir
num abismo sem fim
a minha vida é mesmo assim
sem sombra de agrado
passa-me todo ele ao lado
já não consigo brincar
esta dor ultrapassar
e de tanto estar sentido
sinto-me todo dorido
quem me tira esta dor
onde encontro o amor?
Logo se vê
para poemas que rimem
e apenas me apetece escrever
algo que não sei sequer se são poemas
o que é que caracteriza um poema?
Decerto que não são só as linhas encadeadas
mas também não me apetece escrever sobre isso
apetece-me escrever coisas belas
vem o primeiro bocejo
estou a ficar com um sono que já passa
sinto que estou a escrever parvoíces
e não paro
por que me sinto inquieto?
Apetece-me ir ao bar tomar mais um copo
talvez depois escreva alguma coisa que rime
embora ache que estou sem cabeça
logo se vê.
Solidão
com um sabor amargo na boca
estas ruas são perigosas
e poucas pessoas se aventuram nelas
está escuro e tenho medo
do que me possa acontecer
ser roubado ou esfaqueado
por um ladrão que aqui passe
sinto que não vou para lado nenhum
e que estou um caos
preciso de beber mais um copo
mas o dinheiro escasseia
por isso sinto-me frustrado
por não ter o que quero
os esforços parecem-me vãos
mas tenho de lutar
para melhorar a minha vida
apetecia-me adormecer
e ir parar a um sonho bom.
Caminho sozinho na rua escura
passo por desconhecidos
e olho-os como se os quisesse conhecer
sinto falta de alguém
que esteja ao meu lado
mas no fundo não quero ninguém
estou muito habituado a esta solidão
e gosto
mas não gosto de sofrer
preciso só de alguém às vezes
porque não estou apaixonado
senão precisaria sempre de alguém
a verdade é que caminho sozinho
e vou para onde vou estar sozinho
sou uma pessoa solitária
com poucos amigos e muitos conhecidos
e de repente não sei o que pensar da solidão
a solidão das cidades
onde caminhamos sós nas avenidas e por entre os prédios
vamos sozinhos aos bares
pensamos sozinhos, falamos pouco
crescemos e é um facto com que temos de aprender a lidar:
a solidão
sinto-me mais só desde que cresci
menos ligado aos amigos
apetece-me mais ter a minha vida
no fundo gosto da solidão que se vive nas grandes cidades
considerando Lisboa uma grande cidade
mas ainda não sei bem o que pensar da solidão
o que é que ela me transmite
porque não estou verdadeiramente só:
tenho a minha família e alguns amigos
não costumo jantar sozinho
acho que às vezes faço por estar só
mas de momento não sei bem o que é estar só
e talvez não queira saber
porque a verdadeira solidão deve ser um sofrimento
não ter ninguém com quem falar, com quem estar, com quem desabafar
às vezes sinto-me assim
e a verdade é que passo a maioria do tempo sozinho
embora tenha sempre alguém a quem ligar
se a situação ficar problemática
se me sentir demasiado só
o que não é agora o caso.
Folhas caídas
é noite
os carros vão passando por mim
e ninguém repara
caminho sozinho
com os meus pensamentos
à espera do amanhã
que nunca vem
as ruas estão vazias
iluminadas pelos candeeiros
há folhas de árvores no chão
e uma leve brisa
à falta de imaginação
contemplo o que aparece
e é escuro e cheio de sombras
que esguias tocam o meu corpo
há sons: das folhas, dos carros, do meu andar
o meu coração caminha sozinho
só eu estou sozinho
na minha caminhada
para lado nenhum
sem destino
limito-me a ir andando
a algum lado hei-de ir dar
passo nos cafés
e não conheço ninguém
peço uma cerveja
que bebo sozinho
enquanto imagino um mundo melhor
penso nos elementos naturais
de que aqui estou apartado
rodeia-me o cimento, a sujidade, o vómito
não ouço a música a tocar
e cheira a detergente
tudo é artificial
excepto as folhas caídas
no chão.
Tédio
fechado neste prédio
o tempo aqui não passa
a nada acho graça
ligo a televisão
uma jogada em vão
assomo-me à janela
nada vejo através dela
pego no telefone
mas ainda me consome
este não ter que fazer
nem sequer desejo ler
não me apetece nada
queria a tarde passada
se dela pudesse fugir
teria razão p'ra rir
nada se realiza
tempo, tempo que me pisa
sinto que é tudo tão fútil
mas lutar mostra-se inútil
tudo tão leviano
tarde que parece um ano
excepto o passar que é pesado
e nada me passa ao lado
atento a tantas ninharias
é o tédio destes dias
do qual queria escapar
mas não vejo volta a dar.
Querido diário
Amanhã tenho assuntos para tratar, propostas de emprego para ver, talvez receber algum contacto para entrevista... decerto que também escreverei alguma coisa. Estou a gostar de escrever estes poemas que tenho escrito, e parcialmente contente com o resultado final.
Do dia para a noite
os pais passeiam com os filhos
casais de namorados enchem os jardins
amigos conversam nas esplanadas
passeiam de bicicleta junto ao rio
tudo se passa com alegria
com regozijo por este dia belo
a tarde passa devagar
horas e horas de conversa
de namoro
trocam-se carícias e palavras segredadas
dizem-se sonhos
pede-se alguém em casamento
e como será a noite
depois deste dia quente?
A noite será estrelada e sem nuvens
aquecida pelo dia,
bela,
noite de muitas promessas
noite de amor
noite de sexo
noite em que os corpos se enrolam
uns nos outros
para depois adormecerem.
Um belo dia
Sol
o Sol refulge poderoso
a contemplar quieto fico
sem nuvens ou oneroso
uma tarde de calor
sem nada de horroroso
bom tempo para o amor
que o dia está a pedir
o oposto de toda a dor
não o deixemos fugir
pois ele anda a correr
ali vai a refulgir
sem nunca se perder
mas por vezes escondido
não se deixa conter
noutros tempos é contido
ilumina o luar
dizemos que é seu amigo
tem vida para dar
uma função cumprida
calor p'ra ofertar
alumia toda a vida
sem nada pedir em troca
e sem ele estava perdida
nem p'ra calçar uma bota
cumpriríamos a função
não pede nada em troca
e é fruto de admiração.
sábado, abril 21, 2007
Um pouco de gozo
tudo se mostra negro
e nada nunca agrada
tudo tem o seu enredo
que é de todo cheio de horror
repleto de degredo
é sem fim a dor
e todo o sofrimento
o escuro é de terror
repleto de lamento
é portento aguentar
tamanho tormento
até me falta o ar
sinto-me expirando
falta o inspirar
como quem se vai passando
para o outro lado
sem força nem demando
fraco, desirado
inferno ou paraíso
é tudo inadequado
mas o que é preciso
para ter o meu pouso
agora facilito
digo um pouco de gozo.
A noite do decano
é tudo escuridão
é escuro todo o ar
tudo petrificação
tudo está parado
tal é a rebelião
a foice e o arado
todo o esforço humano
para o dragão irado
é ele o decano
de tudo o que existe
do sano e do insano
e vivo persiste
sem ninguém saber
mais do que subsiste
congrega todo o poder
do mundo e do além
é tamanho o seu querer
que todo o querer contém
sem ser todo pensamento
pois este fica aquém
de tamanho portento
que subtil aparece
a quem tem talento
mas depressa adormece
sem sabermos no entanto
latente, não padece
nunca morre, portanto
dá-se como aparecido
a quem se esforça tanto
nunca como vencido
mas como quem ultrapassou
o mundo conhecido.
Violento torpor
repleta de tristeza
um demónio salta
põe-se à minha mesa
nesta noite escura
chamo-lhe Alteza
mas o temor perdura
nas vagas enormes
repletas de amargura
enquanto ainda dormes
segura e sem cautela
mal a ideia formes
todo o teu ser está nela
de um molhado terror
num quarto sem janela
acordas num torpor
sentes o enorme perigo
não sabes se é dor
e sem um amigo
ou a quem chamar
desvaneces só contigo
vais caindo pelo ar
lenta, sem quem te acuda
que te venha auxiliar
nesse quarto ninguém te ajuda
ninguém te vem acudir
no torpor em que cai chuva
que cai para te agredir.
O jardim do vinho
altas árvores se agitam
verde idílio sem fim
mentes que participam
no festim dos sentidos
que de alegres gritam
entrosam-se despidos
e o belo idílio fitam
prosam ao sabor
do vento quente que percorre
o sentido com fulgor
tal puro vinho que jorre
de uma fonte encantada
a que o sentido acorre
sem precisar de nada
já sabendo quem o socorre.
Poesia
Ida ao café depois de acordar
Futuro e blogue
sexta-feira, abril 20, 2007
Triste
Difícil
Um problema
quinta-feira, abril 19, 2007
Patti Page/Groove Armada - Old Cape Cod/At the river
quaint little villages here and there...
... sonhar com o paraíso...
Não posso
Afogamento
agitado ao sabor das marés
sítio esquecido p'lo mundo
onde os homens perdem os pés.
Num escuro oceano infindável
enraivecido p'la tempestade
o sufoco é interminável
e em nada deixa saudade.
Num mar altíssimo e irado
ando eu a navegar
atira-me de lado a lado
não tenho a que me agarrar.
No mais negro mar que há
dei comigo perdido
sem conseguir sair de lá
e sempre exposto ao perigo.
No mais assustador mar
que existe dei comigo vogando
sem tempo para respirar
tais eram as vagas lutando.
Abismo
onde não há quem me afoite.
Numa escuridão sem luar
sem ninguém por quem chamar.
Nos confins duma terra
onde o reino é de guerra.
Ensimesmado numa tortura
espinhosa, de agrura.
Estou perdido numa noite
a levar um açoite.
Numa escuridão sem luar
sem luzeiros a iluminar.
Nos confins duma terra
onde quem vem sempre berra
Ensimesmado numa tortura
no abismo da loucura.
Uma anedota mal contada
sem qualquer abrigo.
Sem ti sinto-me sozinho
sem encontrar caminho.
Sem ti sinto-me vazio
e sinto tudo tão frio.
Sem ti sinto-me polar
sem calor para dar.
Sem ti sinto-me doente
a tudo o mais indiferente.
Sem ti sinto-me estranho
sem força nem empenho.
Sem ti sinto-me instável
de todo em todo frágil.
Sem ti sinto-me nada
uma anedota mal contada.
Frases soltas
sem significado
o teu nome
por todo o lado.
Frases soltas
sem significado
o meu coração
partido, esbanjado.
Frases soltas
sem significado
o teu olhar
brilhando ao agrado.
Frases soltas
sem significado
a tua presença
enchendo o meu lago.
Frases soltas
sem significado
dói a paixão
que morre de enfado.
Frases soltas
sem significado
como te amo
mais que este bocado.
quarta-feira, abril 18, 2007
Amo-te blogue
uma floresta sem árvores
mar sem água
um total desperdício
dás sentido à minha vida
contigo as peças encaixam
amo-te blogue.
Poema de amor
e o telefone não toca
vou a um bar beber um copo
e não te encontro lá
ando pelas ruas
e não te avisto
és bela
resplandeces na escuridão
brilhas ao luar
és o brilho do luar
e o rio que corre e a tudo anima
és vida
que preenche o meu ser vazio
que contigo brilha.
Sem título #1
secretárias refulgentes
impacientes
vôos sobre mentes
endiabradas
divinatórias:
poemas livres e belos,
vão e vêm e voltam
tocam fartos sonidos
aclamam as gloriosas
aves do tempo quente...
em movimento...
além, livres.
Groove Armada - At the river
Estava a ver desatentamente o filme "Wild about Harry", até que tocou este tema e senti que tinha de postá-lo. É um belo tema dos Groove Armada, o segundo desta banda neste blogue. Ouçam que vale a pena.
Letra:
If you're fond of sand dunes and salty air,
quaint little villages here and there.
Passeio num fim de tarde
transportam húmidos bairros;
cilíndricos madeiros esvoaçam
em praças de meia tarde.
Retornam a casa passando
em tascas húmidas - nébula;
rochedos acocoram-se em chamas
de memória desacordadas.
terça-feira, abril 17, 2007
A senhora analfabeta
Que no entanto era poeta
Tinha belos poemas para dizer
E três pessoas p'ra enternecer
Conheci uma senhora analfabeta
Que no entanto era poeta
Lá para as bandas do Baixo Alentejo
E cada poema era como um beijo
Conheci uma senhora analfabeta
Que no entanto era poeta
Com rugas na face de tanto viver
Da poesia com quem aprender
Conheci uma senhora analfabeta
Que no entanto era poeta
Simples no trato, profunda no olhar
Uma senhora em quem reparar.
Conheci uma senhora analfabeta
Que no entanto era poeta.
Tudo no seu lugar
Ao calor do quente beber
Tecidos na rua ventosa:
Os porteiros de sempre lá estão.
Salões andando vazios
Apoucam gentinha na rua
Uns e outros cintilam:
Esvoaça o esférico ar.
Casebres efeminados
Vão-se depressa escurecem
Preces, outro pedaço:
Adormecem até a manhã.
Ecos
Rubro desfazer do cálido fazer...
Oh mar!, este vento és tu na cidade.
Germina o roer de intemporais sombras...
segunda-feira, abril 16, 2007
O adormecimento
Vertigem do desconhecido
O palhaço triste caminho
Dos cansados verdes bancos
Infindas máquinas sumem-se
São tão mais as pessoas
Desconhecidos voando metidos
Em bolsos de largos casacos
Da casa que ruma entardece
Alimenta-se o palhaço triste
Glória! Glória! Glória!
O passageiro, a ruína dormindo.
O vazio dos dias
Aviões ao longe passando
O gato no muro andando
Dois miúdos à bola jogando
Pais, filhos
A mulher da limpeza limpando
Empregados de empresas andando
Carros velozes passando.
Vejo o dia a correr
Da manhã ao anoitecer
E tudo sempre se passa
Depressa, com pouca graça
Mais um dia a escapar
E até se sente no ar
O vogar de mãos vazias
Pedindo diferentes dias.
Beck - Lonesome Tears
O meu tema favorito de "Sea Change".
Letra:
Lonesome tears
I can't cry them anymore
I can't think of what they're for
Oh they ruin me every time
And I'll try
To leave behind some days
These tears just can't erase
I don't need them anymore
How could this love
Ever turning
Never turn its eye on me
How could this love
Ever changing
Never change the way I feel
Lazy sun
Your eyes catch the light
With promises that might
Come true for a while
Oh I'll ride
Farther than I should
Harder than I could
Just to meet you there
How could this love
Ever turning
Never turn its eye on me
How could this love
Ever changing
Never change the way I feel
Beck - The Golden Age
Vídeo de um tema de um dos meus álbuns favoritos de sempre, "Sea change", de Beck.
Letra:
Put your hands on the wheel
Let the golden age begin
Let the window down
Feel the moonlight on your skin
Let the desert wind
Cool your aching head
Let the weight of the world
Drift away instead
These days I barely get by
I don't even try
It's a treacherous road
With a desolated view
There's distant lights
But here they're far and few
And the sun don't shine
Even when its day
You gotta drive all night
Just to feel like you're ok
These days I barely get by
I don't even try
domingo, abril 15, 2007
Comidas que adoro/2
Há/2
Há
Candidaturas
Bob Dylan - When The Deal Goes Down
Vídeo do meu tema favorito de "Modern Times", o mais recente álbum de Bob Dylan. Ouçam porque é uma bela canção que vale mesmo mesmo a pena.
Letra:
In the still of the night, in the world's ancient light
Where wisdom grows up in strife
My bewildering brain, toils in vain
Through the darkness on the pathways of life
Each invisible prayer is like a cloud in the air
Tomorrow keeps turning around
We live and we die, we know not why
But I'll be with you when the deal goes down
We eat and we drink, we feel and we think
Far down the street we stray
I laugh and I cry and I'm haunted by
Things I never meant nor wished to say
The midnight rain follows the train
We all wear the same thorny crown
Soul to soul, our shadows roll
And I'll be with you when the deal goes down
The moon gives light and shines by night
I scarcely feel the glow
We learn to live and then we forgive
O'er the road we're bound to go
More frailer than the flowers, these precious hours
That keep us so tightly bound
You come to my eyes like a vision from the skies
And I'll be with you when the deal goes down
I picked up a rose and it poked through my clothes
I followed the winding stream
I heard the deafening noise, I felt transient joys
I know they're not what they seem
In this earthly domain, full of disappointment and pain
You'll never see me frown
I owe my heart to you, and that's sayin' it true
And I'll be with you when the deal goes down
A questão
Trabalho
Crítica a "Strange Days", de Kathryn Bigelow
Agora
sábado, abril 14, 2007
Hoje/2
Hoje
Escrever/3
Escrever/2
Salada de frutas
De que estou a falar? Não me apetece falar do mal nem da beleza propriamente ditos: quando pensei em mal apenas estava a pensar numa criancinha pobre e esfomeada chorando, sozinha, e quando pensei em beleza estava apenas a pensar na beleza do mundo natural, como a do mar, a da montanha, a do céu ou outra qualquer que se enquadre neste grupo. Estava a pensar em coisas concretas, em situações, acontecimentos.
Entretanto, continuo a ouvir a música dos Bent, que me transporta para paisagens idílicas, mas que me desconcentra a escrita.
A magia da nova perspectiva
Os dias passam sem que reparemos e uma manhã acordamos, olhamo-nos ao espelho e vemos as primeiras rugas, cabelos brancos... damo-nos conta do nosso envelhecimento. Aí, olhamos para as coisas e vemos que também elas envelheceram: os caminhos, as folhas no chão, as árvores sapientes. E pensamos - que magia tem isto?
Aprendemos, em todos esses momentos de reflexão, a olhar novamente o mundo, a olhá-lo a partir de uma nova perspectiva que, no entanto, continua a ser nossa. E esse é um facto novo, que surge cada vez que nos damos à contemplação reflectida do mundo e da beleza natural ou artificial que nos rodeia e que chama a atenção para o sagrado que apenas idealizamos.
Caminhadas
Escrever
Mas gosto acima de tudo de escrever, seja o que for, sobre que for. Dá-me enorme gozo espraiar por aqui os meus gritos, os meus cânticos, o meu verbo e, também, dá-me gozo pensar que estou a ser lido - eu gosto de ser lido. Quem gosta de ser lido gosta de ser compreendido - mas será que me estou a expor ao ponto de terem de me compreender? Será que, por um acaso astrológico, terei alguém que me conhece no mundo real e que simultaneamente me lê e que me compreende através do blogue? Será que ponho muito de mim no blogue ou será que não ponho nada de mim, ou talvez apenas um pouco? Sem sombra de dúvida, este blogue é uma forma que encontrei para me exprimir. Portanto, através dele exprimo um pouco daquilo que sou, da pessoa que sou, com as suas particularidades, com os seus caprichos e manias... enfim, alguém com vontade de ser ouvido e que encontrou no blogging um caminho.
Mas quanta vontade tenho de ser ouvido? Será que quero que muita gente me leia? A meu ver, quantas mais pessoas me lerem, melhor, embora pareça não ser o caso - parece que pouca gente me lê. Assim, diria que este blogue é apenas parcialmente sucedido, já que representa um exercício de liberdade de expressão e de escrita, mas um exercício que não alcança muitas pessoas. Talvez por ter um vida demasiado banal, uma escrita sobre assuntos corriqueiros ou que interessem a poucas pessoas. Mas, principalmente, dá-me um enorme gozo escrevê-lo.
Sonic Youth - Mote
Excelente tema do álbum "Goo". Dá vontade de andar de carro a abrir com o som bem alto...
Continuação do post anterior
Sentido da vida
Sentido da vida
Sentido da vida
Sentido da vida
Vivências, personalidade
Memórias de sensações na praia escritas ao som de "Swollen", de Bent/2
pelos rochedos buscando
lugares recônditos vendo
pequenos peixes nadando
brilhantes cardumes escutando
a maré calma cheirando
puros aromas, maresia.
Memórias de sensações na praia escritas ao som de "Swollen", de Bent
pelos rochedos buscando
lugares recônditos vendo
pequenos peixes nadando
cardumes brilhando escutando
a melodia do mar calmo sentindo
o puro perfume da maresia.
Bent - Swollen
sexta-feira, abril 13, 2007
Bar
segunda-feira, abril 09, 2007
Objectivo/2
Objectivos
Pessoas e memórias
Na praia/2
e nada me incomoda
está calor e o mar a uma temperatura agradável
as poucas pessoas que aqui estão não reparam em ninguém
cada um por si, cada um por si
Nesta praia quase deserta vivemos
o nosso idílio...
a areia brilha, sentimo-nos verdadeiramente bem...
mas sentimos sempre falta de quem não está presente.
Na praia
lembro-me de ti
nada te supera
Estou sozinho na praia
nada me incomoda
mas estaria melhor se
estivesses aqui
calado
a meu lado
Estou sozinho na praia
ouço o mar, lento...
a brisa toca-me suavemente
lembro-me de ti
e lembrar-me-ei sempre de ti
Sozinho na praia
sinto que me faltas
Na praia
sinto-me bem
mas sinto a falta da tua mera presença
calado
a meu lado.
domingo, abril 08, 2007
Evolução
Auto-gestão
A minha ideia de futuro/2
A minha ideia de futuro
Não se faz nada
sexta-feira, abril 06, 2007
A experiência de estar em sítios como a praia do Tonel
Sagres, praia do Tonel
Bent - Swollen
With you in my garden
(It´s) more peaceful inside
Don’t need anything else
To make me feel alive
You electrify me
And I want to be in your arms
for always
for always
Our love is swollen
Made of the quietest shade of loud
Holds me like an anchor
Floats just like a cloud... a cloud.
quinta-feira, abril 05, 2007
A vida e a morte
A humanidade como uma grande comunidade
Forças negativas e forças positivas
Groove Armada - Edge Hill
Relaxem enquanto ouvem este excelente tema de Groove Armada. O tema começa com uma combinação de bateria e baixo e com um teclado bastante singelo, para depois abrir as portas à luz que pede para entrar, através da introdução de uma excelente melodia de guitarra e outras cordas.
quarta-feira, abril 04, 2007
Sensibilidade
Completo
caminho na areia molhada
vejo o brilho na areia ao meu caminhar
umas quantas pessoas estão ali e além
o mar está calmo, tudo é pacífico
o Sol brilha ainda calmo
e aquece-nos lentamente como que por dentro.
As rochas de sempre mostram-se
e mostram caminhos para lugares recônditos
onde podemos estar sós, embora nunca estejamos verdadeiramente sós
excepto se queremos estar sós.
Salto o rochedo e dou com uma praia, uma baía,
com pedras arredondadas à beira da água
e protegida por uma falésia com um tom adocicado,
pó. Mergulho na água fresca e é das mais belas
sensações que experimento. Indescritível.
A temperatura da água e a do ar misturam-se na perfeição.
Não sinto fome ou qualquer tipo de necessidade.
Sinto-me completo.
Terra ventosa
há espaço mais do que suficiente para todas as pessoas
ninguém precisa de estar junto dos outros
há espaço para todos, há paz
a água é fria e o Sol é quente
a breve ondulação agita o mar puro
e somos rodeados por brutos rochedos
por onde podemos escapar para lugares recônditos
e estar sozinhos com a tribo.
Os freaks estrangeiros são uma lufada de ar fresco
e o único código, aqui, é o do relaxamento.
Todos estão aqui a relaxar, fugidos,
pasmados com tamanho portento de beleza natural
não vi sítio mais belo nem onde preferisse estar
do que esta terra ventosa esquecida pelas multidões.
O lugar pacífico
e apetece-me fugir
para um lugar onde possa
estar só.
Esse lugar existe
não só no meu pensamento
é uma terra com pouca gente
e onde estamos em contacto
com a paisagem natural
as casas são baixas
e o turismo é pouco
há espaço...
preciso de espaço
para me desenvolver
para crescer
para envelhecer
para viver e morrer
preciso do vento.
O vento toca-me
e é como se mil memórias passassem por mim,
a memória do mundo,
o ser do mundo,
o mundo.
Preciso de contacto com o mundo natural,
com o pó
e deixar por terra as ilusões, vãs,
caprichosas.
Preciso de me unir à verdade
da Terra, do Cosmos
preciso de fugir da cidade
e de me refugiar
onde estou em paz
onde a paz é obrigatória
onde todos estão em paz.
Esse lugar existe e a música toca
e todos sonham com o antes e o depois
e todos sabem
todos sabem sonhar
ali estar naquele lugar perfeito
a que todos chamam casa
sem que seja o passado,
sem que seja uma casa,
mas o lugar idílico que todos que conhecem
conhecem como casa
um lugar para viver e morrer,
morrer na areia,
ser tocado pelo mar,
abraçado pelas falésias,
viver em paz, feliz.
Paisagem ventosa
dois ou três estrangeiros na piscina
e o vento toca-nos
tudo é idílico,
a vida esvai-se lentamente
com prazer
lentamente
caio no teu abraço gigantesco
és pó, sou tu
e os demais elementos
mostram-se ao luar brilhante
fluorescente
tudo é belo e triste
de uma tristeza bela
compadecemo-nos de nós mesmos
e choramos lágrimas infinitas
choramos o choro mais belo
que ama a Mãe da Criação
reconhecemos que nada mais há
que esta e o seu eterno amor
e caímos pelas suas belezas,
singela, retribui enormemente
sendo bela.
Ah, se visses o que vejo,
vê o que vejo!, aproxima-te
e cai que te não deixa cair
esta paisagem única
que retribui o amor de todo o olhar.
Poema luminoso
caminhamos sobre a água
sorrimos para o Sol
esperamos por nada
vivemos
corremos e abraçamo-nos
na areia
e tudo é luz
os peixes nadam na água fresca
brilham
e os feixes de luz cintilam
vê-se a montanha
e os grãos de poeira esvoaçam
seduzem as belas plantas cujo nome desconhecemos
vivemos
ignorando o que há para lá de nós.
Bob Marley - Natural Mystic (live)
There's a natural mystic blowing through the air;
If you listen carefully now you will hear.
This could be the first trumpet, might as well be the last:
Many more will have to suffer,
Many more will have to die - don't ask me why.
You see, things are not the way they used to be,
I won't tell no lie;
One and all have to face reality.
'Though I've tried to find the answer to all the questions they ask.
Yes I know it's impossible to go livin' through my past.
They keep us down.
There's a natural mystic blowing through the air -
I won't tell no lie.
'Cause if you listen carefully now you will hear.
There's a natural mystic blowing through the air.
'Though I've tried to find the answer to all the questions they ask.
Yes I know it's impossible to go livin' through the past. They keep us down.
There's a natural mystic blowing through the air.
I won't tell no lie.
'Cause if you listen carefully now you will hear.
There's a natural mystic blowing through the air.