Este é um texto sobre o "eu", que foi construído a partir de vários textos. Começa por afirmar que há uma separação radical, um abismo intransponível entre o eu e o outro, depois pergunta o que é o eu e, de seguida, avança com duas respostas possíveis e de todo diferentes, embora creia que compatíveis ("O eu é o sujeito onde a experiência acontece", "O eu é a pura intimidade"):
O vazio entre nós é infinito.
O que nos separa é infinito.
As nossas diferenças são infinitas.
Infinita diferença. Infinita alteridade.
Eu sou infinitamente outro de ti
E tu infinitamente outro de mim.
Tudo é infinitamente diferente.
Infinitamente sós connosco mesmos.
Existe tudo separado.
Não há, no mundo, duas coisas iguais.
Tudo tem partes e tudo é um todo:
A areia é um todo constituído por partes
E cada grão de areia é um todo constituído por partes,
E infinitamente diferente dos e irreconciliável com os outros.
Não sabemos, essencialmente, o que somos.
O que sou eu? O que sou eu, intimamente?
Eu sou o que está para lá das minhas consciências, raciocínios, imaginações, memórias, sentimentos, emoções, percepções, desejos.
Não sou uma consciência, um raciocínio, uma imaginação, uma memória, um sentimento, uma emoção, uma percepção, um desejo. Sou o sujeito onde tudo isso acontece.
O eu é a pura intimidade.
domingo, outubro 07, 2007
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