sexta-feira, outubro 12, 2007

Quando passo mais tempo sozinho, sei melhor o que quero, e estudo e aplico-me mais para alcançar os meus objectivos: viver uma vida sagrada e de acordo com o que é melhor. Com os outros, tudo isso desaparece, e fica apenas o desejo de ser aceite e de ser superior. Não sei se isto acontece com muitas pessoas mas, se acontece, é prova de que não somos muito bons. De certa forma, eu preciso de me sentir em casa e, ao mesmo tempo, afastado de casa. Em casa, no coração. Afastado da casa física. Algo muito importante para mim e que de momento está longe é o meu cão. O meu cão é, provavelmente, dos seres mais importantes na minha vida. Sempre que estou longe dele, sejam cinco dias, cinco horas ou cinco minutos, regresso e ele faz uma festa. Deita-se na minha cama e não deixa ninguém aproximar-se se estou lá deitado. É um ser espectacular. Não é falso, como as pessoas, é verdadeiramente amigo, é fiel e leal, gosta de brincar, é agressivo sem pejos... tudo o que é, é verdadeiramente, ao contrário das pessoas, que são falsas. Quando o meu cão morrer, já tenho pensado, vou cremá-lo, porque assim estará sempre comigo e também porque pode ser o melhor para ele: é que se alguma consciência sobrevêm à morte, é melhor arder durante uns minutos do que ficar enterrado, a sufocar, e entregue aos bichos.

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