quinta-feira, outubro 11, 2007

Uma exposição breve de várias opiniões acerca do que existe

Estou a tentar reduzir tudo a uma única coisa e já tenho uma ideia sobre que coisa é essa. Em princípio não será uma, mas duas do mesmo tipo. Mas só o farei se me parecer razoável. O leitor atento por certo adivinhará já que coisa (ou coisas) é essa. O reducionismo é uma tendência, mas não é um capricho. Na verdade, tanto o reducionismo como o seu contrário são misticamente atraentes. Tanto é atraente dizer-se que há uma só coisa, como é atraente dizer-se que há infinitas coisas. O dito menos atraente é o de que algumas coisas. Mas é verdade que há algumas coisas, que não há todas as coisas em que podemos pensar, por exemplo a montanha dourada ou objectos contraditórios (se sequer podemos pensá-los). Mas será que podemos reduzir essas (algumas) coisas que existem a um tipo básico de entidade? Será que todas elas são expressões de uma mesma entidade ou de um mesmo tipo de entidade?

Espinoza acreditava que sim, que nada vem do que lhe é diferente e, por isso, postulava a existência somente de uma substância infinita - Deus = Mundo - e vários modos dessa substância.

Descartes, por sua vez, e antes de Espinoza, postulava a existência de duas substâncias distintas, res extensa e res cogitans, ambas provenientes de Deus, o ser perfeito que Descartes sabia existir por ele mesmo ser imperfeito e ter em si a ideia de tal perfeição.

Para outros, não existia substância mas, apenas, propriedades (Hume). Para outros, Shunyata, o vazio, nada... Para outros, infinitas coisas, de infinitos modos, toda a diversidade possível (Giordano Bruno). Para outros, quadrados redondos (Meinong), para outros, um Ser que é e não é luz, a treva supra-luminosa (Pseudo-Dionísio). Para outros, átomos lógicos (Russell). Para outros, valores de variáveis ligadas (Quine)... São tantas teorias... tanta dialéctica...

E para mim, o que há?

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